“Causos “ de Rio Espera

O Galinho Branco

                Há muito tempo atrás, na época dos meus avós, aconteceu uma história muito interessante aqui em Rio Espera. Zé Gominho, já falecido, contava que, desde criança, ouvia contar que na estrada de Rio Espera para o Padilha havia assombração. Diziam que era um galinho branco que catava, cantava e pulava para a garupa dos cavalos que iam por aquela estrada e todos morriam de medo de encontrá-lo pelo caminho e muitos evitavam até andar à noite nesta estrada, menos Zé Gominho. Ele era homem corajoso valente e dava risadas de tudo aquilo. Imaginem se ele iria ter medo de um franguinho branco.

                Depois de algum tempo, Zé Gominho já esquecido de toda esta história, voltava da cidade para o Padilha bem tarde da noite, sequer lembrava do galinho branco e ia cantarolando tranquilamente pela estrada. Quando ele chegou na “volta fria” como se dizia antigamente da curva onde aparecia o galinho e que hoje é o trecho entre a fazenda do Zé Ramiro e o sítio do Chapolin, ele ouviu um canto estridente e prolongado e lembrou-se do galinho branco. Neste momento ele resolveu agilizar a montaria, não por medo, mas por pura precaução. Quanto mais ele galopava, mais o canto se aproximava. De repente ele resolveu olhar para trás e lá estava o galinho bem na garupa de seu cavalo, olhando para ele e cantando com toda força. A partir daá Zé Gominho não se lembrava mais de quase nada, só se lembrava que chegou em casa no cavalo sem arreio e sem manta e que os dois, ele e o cavalo, tremiam da cabeça aos pés.

                A partir desde acontecido Zé Gominho nunca mais abusou de casos de assombração e também nunca mais andou por aquelas estradas à noite. Era melhor prevenir.

“Causo” contado por Jorge Reginaldo Gomes a sua filha Vanessa Cristina Gomes. Aluna do 6º Ano A

Professora de Língua Portuguesa: Luiza Conceição da Silva